Qual a cor do trabalho informal no Brasil?
Hoje, 46,1% da população negra ocupada está na informalidade
Novo estudo da Oxfam Brasil divulgado na última semana relaciona a precariedade das condições de vida do trabalhador rural com a história da agricultura no País, enraizada no uso de mão-de-obra escravizada. O que se reflete no fato da pesquisa apontar que a maior parte das pessoas na informalidade no trabalho no campo no Brasil são negras. No setor: 69,6% dos trabalhadores são negros, e 58,3% estão na informalidade.
De acordo com a pesquisa, a informalidade no trabalho rural resulta não apenas na privação de direitos garantidos pela CLT, mas principalmente na exploração de uma população majoritariamente negra da pior maneira possível. Sem a carteira de trabalho, esses grupos raramente recebem um valor superior ao salário mínimo nacional, muitos deles se submetem a regimes temporários - os chamados de safristas - fora aqueles que são resgatados em situações análogas à escravidão.
Para Gustavo Ferroni, coordenador de Justiça Rural da Oxfam Brasil, é urgente a necessidade de políticas públicas eficazes para reverter esse cenário. “O que vemos é a reprodução sistêmica de práticas racistas não apenas na esfera econômica, mas também na organização política e jurídica da sociedade”, afirma.
Quando olhamos para outros setores da economia, o quadro é semelhante. Hoje, 46,1% da população negra ocupada está na informalidade. Entre os homens negros, os rendimentos são 59,8% menores em comparação com os homens não negros, e as mulheres negras ganham 61,6% a menos que as mulheres não negras.
Os dados nos mostram aqueles que são submetidos à informalidade e a quem são negados direitos básicos garantidos por lei tem cor: são pessoas negras.
Vagas da Semana
Projetos. O Instituto Gastromotiva, que trabalha com cozinhas solidárias, procura por analista de projetos com formação em Admistração, Gestão de Projetos, Antropologia, Comunicação, Relações Internacionais, Sociologia ou áreas relacionadas. A contratação é CLT e presencial no Rio de Janeiro. Informações no link.
Projetos II. O Instituto Sou da Paz procura por assistente de projetos. O modelo de trabalho é híbrido na cidade de São Paulo. Vaga exclusiva para pessoas negras com candidaturas até 26 de julho.
Juventude. O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (SENAD), abre Seleção Simplificada de profissionais para integrar a equipe do projeto PRONASCI Juventude em Salvador, Bahia. As oportunidades são para assistente social, psicólogo, assistente administrativo, estagiário de comunicação, entre outros. Veja mais no link do edital.
Afirmativa. O Instituto Sonho Grande procura por pessoas negras para ocupar os cargos de analista de monitoramento e assistente executivo. As contratações são CLT e o trabalho presencial em São Paulo.
Justiça Climática. Hivos busca Oficial de Programas para o projeto Meninas do Mundo Fazendo Mudança no Brasil com experiência em justiça climática e igualdade de gênero. O trabalho é remoto e tem inscrições até 30 de julho. Mais informações no link.
Mobilização. A Ong Caritas busca por mobilizador social, assessoria técnica regional e auxiliar administrativo para atuar em Rio Branco (AC). Inscrições até 18 de julho. Informações no link.
Agro. A Produzindo Certo, que se propõe a atuar por um Agro Sustentável, tem oportunidades para Goiânia e Santa Cruz do Sul para estágio e analista em sustentabilidade. Mais informações no link.
Audiovisual. A Agência Leonie procura por uma content manager visual para ser o pilar de toda comunicação audiovisual das nossas clientes. O modelo de trabalho é híbrido em São Paulo. Vaga exclusiva para mulheres negras. Mais informações no link.
Mulheres. A ONU Mulheres tem diversas oportunidades abertas nas modalidades presencial, híbrida e remota. São vagas para videomaker, designer gráfico, comunicação e assistente administrativo. Inscrições até 25 de julho.
Para Pensar…
Rafael Logam está cansado de carregar o estereótipo do papel de bandido e em entrevista a Folha afirmou que seu personagem em “Impuros” será o último bandido que interpretará na carreira. Você consegue imaginar porque ele é sempre procurado para o mesmo tipo de papel?
Dica da Firma
O Lab Negras Narrativas, laboratório de desenvolvimento de projetos e carreiras de profissionais negres do audiovisual, tem inscrições abertas para a sua sexta turma de formação, com patrocínio da Amazon e MGM Studios.
Brilhante postagem. Mix de muita coisa importante. Excelente