
Dia do Orgulho: 5 perfis sobre inclusão LBGT+
A interseccionalidade precisa ser levada em consideração na contratação.
Falamos aqui na Firma semanalmente dos desafios que as pessoas negras e indígenas enfrentam no mercado de trabalho e os caminhos que podemos trilhar para “burlar o sistema” e chegar aos cargos de liderança. Hoje é Dia do Orgulho LGBT+ e por isso vamos falar de pessoas negras e indígenas não heteros e não cis que, além do racismo, encaram a LBGTQIA+fobia ao tentar uma posição de trabalho em uma sociedade que se alimenta de estereótipos.
Para pessoas LGB os entraves estão mais no campo da aceitação e do acolhimento. Enquanto para trans, queers, assexuais e intersexuais, homossexuais negros ou com deficiência existem barreiras de acesso e devemos enxergá-las com o olhar da interseccionalidade. São pessoas com marcadores que vão além do gênero e da orientação sexual, como apontou recentemente uma matéria publicada pela Forbes. Uma pessoa trans, por exemplo, pode levar até dois anos para conseguir uma vaga na área de tecnologia mesmo com as qualificações equivalentes a de uma pessoa cis que leva em média um mês.
Alias, não faz muito tempo que o imaginário popular enxargava mulheres trans e travestis, sobretudo as negras, somente como cabeleireiras ou profissionais do sexo. De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais – ANTRA, 90% delas estão inseridas na prostituição por sobrevivência. Vivemos no país que mais mata transexuais do mundo. A cada 48h, uma mulher trans ou travesti é assassinada. No Brasil, 82% das pessoas transexuais assassinadas são pretas e 97% delas são mulheres.
Olhando para esses dados é fácil entender como essas barreiras de acesso foram construídas. A questão é estrutural. Também por esses motivos, em 2017, a defesa de doutorado de Megg Rayara foi notícia: a primeira travesti preta doutora do Brasil – país onde a violência lgbtqia+fobica promove a evasão escolar. Pessoas trans negras formadas e com empregos formais são exceções.
No entanto, existe hoje um movimento em start-ups, ongs e empresas privadas de investimento na contratação de pessoas LGBT+. O que inclui desde um processo seletivo que leva em consideração habilidades diferenciadas, treinamento adequado para a evolução desse profissional na empresa e adoção de nomes sociais. Nos órgãos estatais esse é um debate ainda muito inicial e precisa avançar. Nesta semana, na Argentina, o senado aprovou uma lei que garante 1% dos cargos públicos para travestis, transexuais e transgeneros. No Brasil de Bolsonaro passamos longe disso.
A inclusão é benéfica para a pluralidade das empresas e atende as metas ESG. Ou seja, contratado e contratante saem ganhando. Para seguir nesse debate, listamos nesta edição cinco perfis que abordam o tema da inclusão LGBT no mercado de trabalho que merecem ser acompanhados.
Bielo Pereira - Criadora de Conteúdo e Consultora de Diversidade & Inclusão
É palestrante e consultora em diversidade e inclusão corporativa, atua com planejamento e criação de políticas e práticas inclusivas, treinamentos e webinar educativos.
Vitor Martins - Especialista em Diversidade & Inclusão no Nubank
Bicha, preta e nordestina. É assim que Vitor se apresenta. No seu perfil no linkedin, fala sobre carreira, inclusão e desenvolvimento de pessoas. Atua em empresas sendo responsável por apoiar o posicionamento da marca para diversidade, gerenciamento de crise, implementar Planos de Igualdade Racial, estruturar grupos de diversidade e programas de educação para colaboradores.
Pedro Cruz - Estrategista na agência SOKO
Fundador do Escritas Diversas, clube de leitura LGBTI+ integrado ao Conexões Diversas, hub de cultura queer.
Thiago Amparo - Professor na Fundação Getúlio Vargas
Na FGV, Thiago é diretor de diversidade e também dá aula de direito internacional e direitos humanos. Também é colunista da Folha de São Paulo.
Gabriela Augusto - Especialista em inclusão e diversidade
Bacharel em direito, fundou a consultoria Transcender. Se dedica a um trabalho de consultoria em Diversidade e Inclusão nas organizações.
Vagas desta edição
Captação. O Instituto Black Jaguar seleciona para vaga de coordenação sênior de relações institucionais. A carga horária é de 40h/semanais e na modalidade híbrida – home office e no escritório em São Paulo. As candidaturas podem ser feitas até 07/07. Veja o edital completo.
Usabilidade. A B8one etá com uma vaga para UX Researcher Pleno - exclusiva para mulheres pretas. Esta é uma posição remota e as candidatas interessadas de qualquer parte do Brasil devem enviar por e-mail a sua pretensão salarial e currículo para jobs@b8one.com.
Educação. A organização Amigos do Bem contrata para vaga de coordenação educacional. Para esta posição, pede-se experiência na coordenação educacional em instituições de médio/grande porte, preferencialmente no terceiro setor. A candidatura é feita pela internet.
História. A organização social IDG, que administra museus nas cidades do Recife e Rio de Janeiro, está contratando para vaga de gerente de Tecnologia da Informação e Museografia. A pessoa atuará na governança e engenharia de processos e gerir a implementação de soluções de TI e Museografia.
Técnico. A Votorantim Cimentos selecionará 25 estudantes mulheres de cursos técnicos para atuarem nas fábricas da companhia. Já para o público universitário, são 88 vagas para estudantes que vão atuar nas áreas corporativas, industriais e comerciais das diferentes unidades de negócio. As inscrições vão até o dia 28/06.
Estágio. As inscrições do programa de estágio Sou Potência da Avon seguem abertas até o dia 30/6. A iniciativa é uma parceria com o Indique uma Preta para contratar universitárias com formação prevista entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023. O programa oferece bolsa auxílio, mentoria, curso de idioma, home office e outros benefícios.
Beleza. A L’Oréal Brasil abriu as inscrições para seu programa de trainee e, pela primeira vez, 50% das oportunidades são destinadas para profissionais negros. As vagas são para o Rio de Janeiro e São Paulo e os trainees passarão por diversas áreas da companhia. A previsão de início das atividades é para setembro. Veja como se aplicar.
Dinheiro. Também estão abertas as inscrições para o programa de vagas do Nubank para cargos de gerência. As vagas são focadas na área de Finanças são para posições de liderança de Tesouraria, Tributos (Tax) e M&A (Mergers & Acquisitions, em inglês, ou Fusões e Aquisições).
Controle. A Deloitte tem 400 vagas abertas para áreas de auditoria, consultoria tributária, risk advisory, financial advisory e consultoria empresarial. As oportunidades são para estudantes desde o primeiro ano da faculdade e de todo o Brasil. As inscrições vão até 1º/07 pelo site.
Viagem. A CVC tem abertas vagas para diferentes áreas do grupo. Cerca de 80% delas são exclusivas para diversidade, considerando grupos de afinidade como: gênero, étnico-racial, pessoas com deficiência e comunidade LGBTQIA+. A bolsa auxílio é de R$ 2.000 em home office. As inscrições: vão até 07/07 pelo site.
Pra pensar
Todos os dias alguém é vítima de racismo. Isso precisa mudar.
Comunidade Firma
Somos mais de 2 mil pessoas juntas, entre profissionais e estudantes, construindo a Firma Preta. Gente que acredita na diversidade e na transformação do mercado de trabalho. É hora de trocar representatividade por proporcionalidade.
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💻 Com curadoria, redação e edição de Emílio Moreno e Juliana Gonçalves. Direção de arte, Larissa Cargnin e colaboração de Louise Ferreira.
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