Passamos por um grande investimento em programas de diversidade e inclusão em empresas após a morte de George Floyd em 2020. Nunca se viu tanta consciência racial na branquitude quanto naquela época. No entanto, o tempo passou e parece que tudo caiu no esquecimento - inclusive o antirracismo dessas empresas.
Isso não é novidade. Os números mostram a queda de investimento no setor de DE&I. De acordo com o relatório da global Great Place to Work, em 2020 houve um aumento de 32% de empresas que tinham diversidade e inclusão com um aspecto prioritário. Já em 2022 aconteceu uma queda de 17%. Nesta semana, o portal Mundo Negro, repercutiu a coluna assinada por Rana Forrohar no Finacial Times, onde a editora novaiorquina mostra preocupação com a série de encerramento de programas de diversidade encerrados e demissões por lá.
O relatório Tendências de Gestão de Pessoas 2022, feito pela consultoria global GPTW (Great Place to Work), mostra também que, apesar de a maioria dos colaboradores ter respondido que diversidade e inclusão são pautas estratégicas para a organização em que trabalham, pouco mais de 12% dizem que a empresa tem maturidade no tema. Segundo Ricardo Sales, CEO da Mais Diversidade, há uma percepção equivocada de que esse assunto já está bem encaminhado, levando as empresas a direcionar seus esforços para outras questões.
Por aqui acompanhamos o mesmo movimento e é nítida a guinada do foco para o questão ambiental tanto no poder público quanto no privado - como é também dito pela diretora executiva da fundação 1BI no Portal Mundo Negro. Porém, vale lembrar que são também as pessoas negras as mais afetadas pela crise ambiental que segue enriquecendo e privilegiando a branquitude.
O que podemos observar com o quadro que se apresenta é que as empresas engajadas na pauta estavam apenas performando um antirracismo para cumprir tabela e ficar bem na fita. O encerramento dos programas e o entendimento de que esse investimento é supérfluo mostra que na verdade era só uma fase. A pauta que traz retorno agora é outra.
O grande desafio da agenda de DE&I consiste em passar da retórica para a ação. É preciso transformar as boas intenções em medidas efetivas, concretas e mensuráveis para grupos minorizados.
Antes das vagas da edição deixamos aqui um aviso importante: a Firma Preta vai dar uma pausa no Carnaval. Voltamos em 20/02
Vagas da Edição
Pras minas. O instituto Azmina contrata estagiária de Redes Sociais cursando comunicação ou áreas correlatas. A remuneração é um salário mínimo. Inscrições até 11/2.
Pras minas II. Globo tem vaga exclusiva para mulheres para redatora junior para canais esportivos. A rotina de trabalho inclui criar e desenvolver textos para chamadas dos produtos. Mais informações no link.
Pras minas III. A Mobyan está em busca da nova Diretora Administrativo Financeiro (CFO) para atuar em regime híbrido em Barueri (SP). É necessário ampla experiência em Finanças e vivência em empresas prestadoras de serviços, com múltiplos modelos de negócios e P&L’s. As inscrições vão até o dia 15/02.
Pras minas IV. O Observatório de Favelas tornou público o processo seletivo para a vaga de Coordenação de Projeto na área de Segurança Pública. Os currículos e a carta de motivação devem ser enviados por e-mail até o dia 09 de fevereiro. Todas as informações da vaga estão no edital.
Anistia. A Anistia Internacional Brasil está com vaga para pessoa Analista de Comunicação Digital. É preciso ter experiência em desenvolvimento de conteúdo estratégico e em produção de relatórios de análise de performance online. Saiba mais e inscreva-se até 11/02/2024 em https://lnkd.in/dsCC_AZC
Analista. A DLL, em parceria com a Carreira Preta, está com vaga para Pessoa Analista de Risco Sênior para atuar em regime híbrido em Porto Alegre. Saiba mais sobre a vaga no link.
D&I. Braskem tem vaga de estágio na área de diversidade e inclusão. É preciso ter previsão de conclusão de curso a partir de dezembro 2025. A vaga é presencial em São Paulo. Mais informações no link.
ONU. O projeto Pacto Global da ONU tem oportunidades para estágio de comunicação, analista de adesão e coordenação do Movimento Impacto Amazônia. Mais informações no site.
TI. A organização Médicos Sem Fronteiras tem vaga aberta para estágio em TI. O regime de trabalho é híbrido. Inscrições até 18/2.
Administrativo. Museu da Língua Portuguesa contrata assistente administrativo com ensino médio completo e conhecimentos de informática. O regime é CLT, presencial com salário de R$2858. Candidaturas até 8/2.
Para Pensar
Já é Carnaval. A folia também traz uma série de reflexões sobre quem lucra de verdade e quem tem o privilégio da diversão na festa. A arte do @acoisaficoupreta rodou nas redes nos últimos dias e nos deixou com mais uma questão para pensar: