Nesta semana, recebemos a notícia de que 45 empresas firmaram um acordo para a criação de 10 mil novas posições para pessoas negras em cargos de liderança (como supervisores, coordenadores, gerentes e diretores) até 2030. O objetivo é a promoção da equidade racial, reconhecendo os erros e a pouca diversidade nas corporações. A iniciativa, amplamente divulgada em redes sociais por gestores e CEOs, foi batizada de Movimento pela Equidade Racial – Mover.
O Mover surge após a morte de João Alberto, na véspera do dia da Consciência Negra no ano passado, em uma das lojas do Carrefour, em Porto Alegre. A rede de supermercados é uma das companhias que integra o projeto. Também participam Alcoa, Aliansce Sonae, Align, Ambev, Americanas, Arcos Dorados, Atento, Bain & Company, BRF, Cargill, Coca-Cola Brasil, Colgate-Palmolive, CSN, Danone, Descomplica, DHL, Diageo, Disney, EF, General Mills, Gerdau, GPA, Heineken, JBS, Kellogg, Klabin, Kraft Heinz, L’Oréal Brasil, Lojas Renner, Magalu, Manserv, Marfrig, MARS, Michelin, Mondelëz International, Moove, Nestlé, Grupo Boticário, PepsiCo, Petz, Sodexo, Tenda, Vale e Via.
Em princípio, é uma movimentação que parece muito boa para o mercado de trabalho. Mas o compromisso com a equidade nas empresas precisa ir além da assinatura de acordos e postagens em redes sociais. Sabemos que não basta boa intenção. Esse é um caminho longo, muitas vezes repleto de frustrações diante do tensionamento das estruturas e que passa, invariavelmente, pela mudança de cultura nas corporações.
A segurança privada feita em supermercados, por exemplo, é em essência racista e busca sempre como elemento suspeito corpos negros como o de João Alberto. São homens geralmente executados antes que qualquer pergunta seja feita. Isso também vai se mover?
Seguimos atentos ao compromisso com a equidade apontado por esse acordão que prevê investimentos nos próximos três anos na promoção da diversidade. Iniciativas que promovam o combate ao racismo estrutural neste país devem ser louvadas. Mas não admitimos que a nossa luta seja usada para limpar a barra e a consciência de empresários e de seus privilégios.
Vamos de vagas!
Vagas desta edição
Ativismo. A Purpose, organização global de ativismo, está em busca de profissional para vaga de estrategista sênior. A vaga é remota, com salário de R$ 10 mil (CLT) e a candidatura de pessoas negras é incentivada nesta seleção. É preciso experiência entre 5 e 10 anos de experiência em desenvolvimento de estratégias, trabalhando em agências de comunicação (digital, criativa ou relações públicas).
Natureza. O Instituto Natura está buscando um(a) coordenador(a) para apoiar políticas públicas de educação. Como parte integrante de um ecossistema que tem como compromisso impulsionar as agendas prioritárias da educação por meio da articulação com a esfera pública e o terceiro setor. Interessados, enviar CV para: mariaslemenson@natura.net.
Cultura. O Paço do Frevo, em Recife, está contratando profissional para o cargo de gerente de conteúdo. Para esta função é desejável experiência com gestão de times multidisciplinares em equipamentos culturais; Conhecimento em gerenciamento de orçamentos e conhecimento sobre leis de incentivo e editais culturais. Inscrições pelo site.
Indígena. A Conservação Internacional do Brasil está com vaga aberta para Coordenação de Projetos Agenda Indígena (vaga home office). É preciso ter graduação em Geografia, Ciências Naturais, Ambientais, Ciências Sociais, ou áreas afins; Pede-se ainda experiência em gestão e execução de projetos com povos indígenas e/ou comunidades tradicionais na Amazônia.
Social. O GIFE, associação dos investidores sociais do Brasil, tem vaga para coordenação de conhecimento. Esta posição integra a gerência de programas e é voltada a coordenar a gestão, análise, produção e difusão de conhecimento sobre a filantropia e investimento social privado. Detalhes da seleção no edital.
Conexão. A telecom Brisanet abriu processo seletivo para 600 vagas em Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. As oportunidades são acessíveis para pessoas com deficiência. Todo o processo é online e as vagas estão disponíveis no site.
Bebidas. A Coca-ColaFemsa oferece 25 vagas de executivo de brand ambassadors em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Para concorrer é preciso ter o ensino superior completo, preferencialmente em marketing, comunicação ou negócios, além de ter CNH categoria B e disponibilidade para viajar.
Na nuvem. A Omie, plataforma de gestão em nuvem, tem mais de 46 vagas abertas em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná. Todas as oportunidades com início em home office. cargos de estágio até diretoria em áreas como vendas, comercial, tecnologia, customer success, comunicação e recursos humanos. Candidaturas pelo site.
Contas. A Amazon, em São Paulo, está com vaga aberta para Gerente de contas (vaga para pessoas negras). Nesta função executará atividades como identificar, prospectar e recrutar parceiros/as estratégicos/as por telefone e e-mail. A candidatura para esta vaga deve ser feita pelo site.
Asdfasdf. O Itaú está com um processo seletivo exclusivo para profissionais negros e negras na área de Tecnologia. As vagas são para engenharia de software back-end e front-end e profissionais de mobile e qualidade e testes, além de scrum masters e agile coaches. Para participar, é só acessar a página das vagas no site 99Jobs e se inscrever até 20/6.
Comunidade. A Dale, agência de comunicação integrada, está com uma vaga em aberta para Community Manager. A pessoa será responsável pelas redes sociais de alguns clientes da agência (planejamento, redação, postagem, interações), além de desenvolver, junto com a área de estratégia, planejamentos e caminhos.
Igualdade. A Casa do Saber realiza um curso gratuito, com o professor e ativista Thiago Amparo, sobre o valor da igualdade. Os participantes entenderão por que o Brasil ainda é um país tão desigual e por que a busca pela igualdade se tornou prioridade para governos e empresas de todo o mundo. Inscreva-se.
Pra pensar
O processo de seleção para uma vaga em algumas empresas se transformou em uma maratona.
Comunidade Firma
Somos mais de 2 mil pessoas juntas, entre profissionais e estudantes, construindo a Firma Preta. Gente que acredita na diversidade e na transformação do mercado de trabalho. É hora de trocar representatividade por proporcionalidade.
A Firma
💻 Com curadoria, redação e edição de Emílio Moreno e Juliana Gonçalves. Direção de arte, Larissa Cargnin e colaboração de Louise Ferreira.
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