Sua cria está lendo sobre indígena ou índio?
Uma educação antirracista forma cidadãos mais conscientes.
Já falamos em outras edições da Firma Preta que a peça fundamental para as mudanças que tanto buscamos nas estruturas sociais é a educação. Acreditamos em uma educação antirracista capaz de formar cidadãos mais conscientes do seu papel na trama social. Isso se dá por meio de um trabalho que engloba as culturas afro-brasileiras e indígenas nos currículos escolares – o que, inclusive, já é lei.
No entanto, esta semana, a história da professora indígena Marcia Mura, da etnia Mura, afastada da escola onde lecionava em Rondônia, por insistir nas temáticas indígenas, ganhou repercussão nacional em um caso que podemos enxergar como etnocídio.
Etnocídio é quando ocorre um apagamento da história, cultura, de autores e referências de um povo para prevalência de outro - no nosso caso, a cultura branca europeia. Não à toa, a educação brasileira é amparada por leis que determinam o estudo das culturas indígenas e afro-brasileiras nas escolas. Ainda assim, existe carência de material didático para tratar do assunto e alguns utilizam termos inadequados. Você já abriu o livro da escola da sua cria? Lá está escrito indígena ou índio?
No caso de Márcia Mura, a professora de história utilizou uma metodologia transdisciplinar e pediu a impressão de um material para que fosse entregue aos estudantes, mas a direção da escola se recusou e alegou que os conteúdos não estavam na grade e que a professora fugiu do tema que deveria ensinar. Porém, um relatório mostra que ela passava sim pelos temas determinados. De acordo com a diretora, a ordem de afastamento da educadora veio de cima.
O Sindicato de trabalhadores em educação enxerga uma perseguição à professora por insistir em uma educação que inclua a temática indígena. Esse não seria o primeiro caso no estado e outros profissionais indígenas também passam pelo mesmo problema. Ou seja, é um etnocídio oficial amparado pelo racismo. Atuar por uma educação antirracista passa por evitar o etnocídio. Todo apoio a Márcia Mura!
Vagas desta edição
Bolsas. O Instituto Fogo Cruzado, Marco Zero Conteúdo, a Escola de Comunicação da Unicap e a Fundação Friedrich Ebert Brasil lançaram o edital do projeto Dados em Narrativas Jornalísticas, um laboratório-escola de jornalismo e visualização de dados de segurança pública e violência armada.
Bolsas 2. Jornalistas e comunicadores no estado de Pernambuco podem concorrer a cinco microbolsas de R$ 1,5 mil para desenvolver produções jornalísticas. O laboratório oferecerá oficinas de coleta e visualização de dados e mentorias para os selecionados. Corra para se inscrever! Veja como concorrer.
Ambiental. A organização InfoAmazonia, especializada em jornalismo socioambiental de dados, está com três vagas abertas, sendo 2 para reportagem e 1 para edição. As oportunidades, em princípio, são para trabalho remoto e o início do trabalho está previsto para o início de novembro. Veja os detalhes e candidate-se!
Social. Ainda em Pernambuco, o Grupo M Dias Branco busca profissional para a vaga de Analista de Sustentabilidade lll. A posição é para a unidade de Jaboatão dos Guararapes. É necessário formação superior em Administração de Empresas, Meio Ambiente ou áreas correlatas e experiência de 3 anos na área. Veja como se aplicar.
Sustentável. A Norsk Hydro, com sede em Belém-PA, está em busca de Analista de Sustentabilidade - Junior. Nesta função, a pessoa atuará na gestão e governança da diretoria de Sustentabilidade e auxiliará na construção e monitoramento de indicadores, reporte e comunicação de desempenho. Veja os detalhes da vaga.
MKT. A EmpregueAfro está selecionando uma pessoa para vaga de Gerente de Marketing Regional em uma multinacional. Entre as atividades, liderar projeto de Inbound Marketing no Brasil, Chile e Argentina, desenho de Buyer Personas, desenho de jornada do cliente, gerar disseminação de conteúdo. Veja outros detalhes.
Banco. A Educafro Tech está intermediando com a EVERIS novas vagas para contratação de pessoas pretas na área de TI. Para isso, está cadastrando ex-alunos/as, sem compromisso, para saber quantos estão prontos para assumir os postos assim que as vagas forem anunciadas.
Audiovisual. Estão abertas até 15/10 as inscrições para as oficinas de produção audiovisual da MIMB Olhares Periféricos. Podem ser inscrever para uma das 35 vagas jovens negros, indígenas ou quilombolas, com idade de 16 a 30 anos. O laboratório tem o intuito de apresentar as etapas da produção de um filme ou um projeto audiovisual. Veja como se inscrever.
Refri. A Solar Coca-Cola está ofertando mais de 150 vagas exclusivas para mulheres nos estados de Alagoas, Bahia e Sergipe. As oportunidades, em todos os níveis de conhecimento, englobam funções de coordenadora de Recursos Humanos, engenheira de Segurança do Trabalho, motorista de entrega, auxiliar de entrega, promotora de vendas, analista de marketing, manobrista, entre outras.
Jurídico. A segunda edição do Curso de Formação Antirracista no Direito e na Tecnologia está com inscrições abertas até o dia 16/10. Serão 50 vagas no total, sendo 25 para pessoas negras, respeitando a paridade de gêneros. A carga horária é de 20 horas/aula com duração de 4 semanas. Veja como se inscrever.
Papel. A Suzano prorrogou até 15/10 as inscrições para o Programa de Estágio 2022. O programa tem 200 vagas em todo o país e será voltado para estudantes de ensino superior com graduação prevista entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023. A seleção será totalmente online. Veja os detalhes do edital e inscreva-se.
Trainee. A InterCement Brasil recebe até 22/10 inscrições para o seu Programa Trainee 2021. A seleção seguirá um formato 100% virtual e as vagas estão divididas entre os estados Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Bahia. As vagas são destinadas para estudantes de graduação em Engenharia Mecânica, Elétrica, Química e/ou Produção.
Pra pensar…
A tentativa de nos silenciar é sistemática, mas não vão conseguir. Pelo contrário: terão que se habituar a ouvir nossa voz ecoar cada vez mais alta.

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Com curadoria, redação e edição de Emílio Moreno e Juliana Gonçalves. Direção de arte, Larissa Cargnin.
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