
3 perguntas para Kaê Guajajara: “A arte está fazendo o papel de nos tornar existentes”
Cantora indígena é atração do festival online Roque Pense no próximo dia 09 de abril
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3 perguntas para Kaê Guajajara: “A arte está fazendo o papel de nos tornar existentes”
Consegue listar quantos cantores, atores e artistas indígenas você conhece? Nessa edição, nós conversamos com a cantora Kaê Guajajara sobre a sua identidade na arte que ela produz. Ela é de Mirinzal, na Baixada Maranhense, mas vive no Complexo da Maré- RJ, desde criança. A artista leva as suas vivências marcadas pelo racismo e preconceito sofridos por ser uma indígena em contexto urbano para a sua música como uma forma de reforçar a sua identidade e saudar seus ancestrais.
Fundadora do Coletivo de Indígenas em Contexto Urbano, o Azuhuru, Kaê lançou seu primeiro EP Hapohu em 2019. No ano passado, publicou seu primeiro livro “Descomplicando com Kaê Guajajara - O que você precisa saber sobre povos originários e como ajudar na luta antirracista. A firma preta fez três perguntas para Kaê:
1 - Como você se descobriu artista?
Eu me descobri artista acho que muito nova, acho que ainda criança, sabia que eu cantava e gostava muito disso. Mas o meu lado de criar e fazer minhas próprias composições veio com meus 15 anos. Foi quando eu descobri que poderia me expressar de outras formas além da minha fala.
2 - De que forma a sua ancestralidade influência no seu trabalho?
A minha ancestralidade influência nas minhas criações. Muitas letras e melodias aparecem para mim em sonhos que são os meus ancestrais ancestrais falando no meu ouvido. Então, eu coloco para fora, externalizo para música, coloco muito maracá nas minhas composições, que é um instrumento que leva o nosso canto para os nossos ancestrais. E eu falo muito sobre a minha vivência e como nós como futuros ancestrais podemos resistir. Acho que tudo na minha música acaba sendo ancestral. A música, o cantar, o instrumento, a forma como eu recebo essas mensagens é ancestral.
3 - De que forma a arte fortalece a transmite a identidade indígena para a sociedade?
A arte hoje está fazendo o papel de nos tornar existentes. Muita gente não me conhecia antes e passou a me conhecer a partir da minha arte e a ter contato com realidades que a gente não conhecia. A arte é uma forma de fazer com que a nossa identidade seja reafirmada através dos nossos cantos, no que a gente tá falando, no que a gente tá emanando. Acho que a arte faz isso neh. De mesclar a nossa vida. O nosso ancestral coloca isso através da nossa identidade. A arte que as pessoas são indígenas e a identidade é coletiva. O que faz com que muitas pessoas percebam esse indivíduo a partir da arte.
Kaê Guajajara é uma das atrações do Festival Roque Pense, que acontece nos dias 09, 10 e 11 de abril. Sua apresentação, com a estreia de uma websérie sobre seu processo criativo, abre as atrações. O festival também conta com shoe da banda Luisa e os Alquimistas no sábado e uma cypher com mulheres rappers da Baixada Fluminense.
Você pode acompanhar no canal do Youtube:
Vagas desta edição
Gerência. A rede Brasil Pacto Global seleciona gerente de marketing (vaga exclusiva para mulheres pretas). Entre as atribuições, desenhar e implementar estratégias de marketing e digital e comunicação que apoiem o alcance de metas e objetivos estabelecidos para rede. Veja o edital. Inscrições até 19/4.
Social. A Webmidia está selecionando uma pessoa para coordenação de conteúdo – mídias sociais. Profissional ficará responsável pelo acompanhamento de métricas de audiência e dos kpis sociais (engajamento, alcance, audiência das páginas e visualizações e retenção da produção de vídeo).
Saúde mental. A Casa das Mulheres da Maré, no Rio de Janeiro, tem uma vaga aberta para psicóloga. Buscamos para a vaga mulheres psicólogas que tenham interesse em temas relacionados a gênero, raça, sexualidade e favela, preferencialmente moradoras da Maré. As inscrições vão de 2 a 11 de abril.
Comunicação. O IPAM - Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia seleciona profissional para vaga de analista de comunicação, em Brasília. A atuação terá como foco a criação de conteúdo e gerenciamento dos canais digitais do instituto. O IPAM incentiva a candidatura de mulheres, negras e negros, indígenas, pessoas LGBTI+ e pessoas com deficiência.
Ativismo. A agência Porpuse está em busca de um(a) profissional trainee para uma vaga de marketing. Essa pessoa fará uma atuação institucional, com um olhar estratégico de como comunicar nossos projetos para diferentes públicos e objetivos. Veja os detalhes para esta seleção.
Vestibular. A Universidade Federal de Roraima (UFRR)lançou edital para o vestibular indígena. São 210 vagas distribuídas em 20 cursos de graduação. O ingresso dos aprovados será nos semestres 2021.2 e 2022.1. As inscrições podem ser realizadas de 5 de abril a 7 de maio pela internet.
Diversidade. A startup de aluguel de imóveis, Quinto Andar está com uma vaga aberta para analista de marketing de performance (para pessoas negras). É preciso graduação completa em Engenharia, Administração, Economia ou correlatos. A vaga pede também capacidade analítica para analisar dados e estruturação de problemas.
Estágio. A Raizen está com seu programa de estágio aberto. As inscrições podem ser feitas até 7/4, no site da empresa. Para se candidatar, é preciso estar regularmente matriculado em um curso superior e com previsão de formação em dois anos. A remuneração é de R$ 1.735,00 para 6 horas de estágio.
Digital. A Eurofarma está com vagas abertas para auxiliar de vendas digital (exclusivo para pessoas com deficiência). Entre as atividades, atuar como apoio à promoção médica e realizar consultoria farmacêutica sobre os produtos do portfólio da farmacêutica. As vagas são remotas. Veja como se candidatar.
$$$. A B3, bolsa do Brasil, com sede em São Paulo, está com seu programa de estágio aberto. As inscrições podem ser feitas pelo site da Companhia de Talentos. Há vagas para áreas de risco, produtos, negociação eletrônica, pessoas e marketing e infraestrutura.
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