Diversidade não é só para foto
Equidade no mercado de trabalho só será alcançada em três gerações
Você imagina o mundo em 2190? É nesse ano que, de acordo com pesquisa do Instituto Identidades do Brasil, pessoas negras e indígenas encontrarão equidade nos setores públicos e privados - DAQUI 167 ANOS.Uma verdade que ficou evidente com a escolha de Lula em ignorar todas as articulações do movimento negro por uma ministra negra no Supremo Tribunal Federal no lugar de Rosa Weber.
A escolha de Flávio Dino - aqui não entrando no mérito da competência do ministro - aponta para uma escolha pelo padrão estabelecido. Mesmo que uma semana antes, o presidente tenha assinado um pacote de reparações pela igualdade racial, o aceno feito ao ir contra a pressão popular por uma mulher negra é de que esse não é um assunto para agora. Mais uma vez precisamos assimilar a mensagem que essa coisa de raça e gênero resolvemos depois.
(imagem: projetemos)
Mas a diversidade e a imagem da mulher negra enquanto representante do país foi explorada na posse de Lula no começo do ano. A diversidade é muito bonita na foto. As imagens do 1º de janeiro são lindas e emocionantes. Porém, na prática, a teoria é outra. Tal qual em empresas que contratam estagiários negros para tirar bonitas fotos, mas que seguem com gestores brancos.
É incômodo para muitos que a equidade exija que pessoas brancas deixem seus locais de privilégio e de poder. O estudo citado no início do texto traça perspectivas a partir das ações de diversidade que temos hoje e aponta que ainda levaremos umas três gerações para mudar esse quadro e chegarmos a um nível de igualdade no mercado de trabalho. Esperamos não demorar o mesmo tempo para que uma mulher negra possa vestir a toga no STF.
Hoje, a verdade é que a caneta e o poder de decisão se mantém longe das mãos de pessoas negras e indígenas.
Vagas da edição…
Últimos dias. A @agenciapublica está com inscrição aberta para o Programa de Formação de Repórteres Indígenas. Serão oferecidas 6 bolsas de R$ 8 mil para produção de reportagens, além de mentoria presencial na redação da Agência Pública em São Paulo. Inscrições até 01/12.
Mentoria. A Alumma oferece mentoria de carreira e empregabilidade online e gratuita focada em mulheres e pessoas não-binárias. O programa tem duração de seis meses. Inscrições até 17/12.
Estágio. A WWF procura por estudantes de Direito, Ciências Sociais e Relações Internacionais para atuar em Brasília na pauta socioambiental. O modelo de trabalho é híbrido com contrato no formato de teletrabalho em uma jornada de 30h semanais. Vaga afirmativa para homens negros.
Sustentabilidade. A Faber Castell tem vaga afirmativa para analista de sustentabilidade sênior para garantir o cumprimento do sistema de gestão ambiental. Conhecimentos em estratégias relacionadas a mudanças climáticas é um diferencial. O trabalho é presencial em São Carlos-SP.
Diversidade. Até 30/11 é possível se inscrever para a vaga de especialista em diversidade e equidade no Médico Sem Fronteiras. O regime de trabalho é CLT em formato híbrido. O profissional deve ter especialização na área.
Java. Oportunidade para desenvolvedor Java junior na Gubee. É preciso ter formação em ciência da computação, engenharia de software ou área correlata. O profissional irá criar e manter funcionalidades para plataformas de e-commerce. O regime de trabalho é remoto.
Desenvolvedor. Oportunidade para profissional PJ com trabalho remoto em jornada de 20h semanais no Instituto Fogo Cruzado. É preciso ter vivência em Full Stack. Inscrições até 11/12.
Talento. Globo procura por profissional para atuar em projetos estratégicos na área de desenvolvimento e aprendizagem. É preciso ter formação em pedagogia, psicologia, administração ou afins. O modelo de trabalho é híbrido no Rio de Janeiro.
Edital. O Banco do Brasil lançou um edital de seleção pública para projetos de empoderamento socioeconômico de mulheres negras ou liderados por elas, que selecionará projetos com orçamento individual entre R$ 200 mil e R$ 250 mil. Inscrições até 19 de fevereiro.
Queen. Beyoncé, através da fundação Beygood, lança edital com inscrição até 6 de dezembro, para empreendedores negros e indígenas com bolsas de R$25 mil. Nesse primeiro momento, o programa atende apenas o estado de São Paulo. Mas há previsão para ampliação para Rio de Janeiro e Bahia.
Para pensar
O poder feminino na televisão brasileira se resume às mulheres brancas? Deixamos o questionamento para a reflexão sobre o padrão estético que sempre invadiu as nossas casas através da TV.