Coragem e desconforto nas novas experiências
Qual foi o maior desafio profissional ou pessoal que você enfrentou até hoje?
Há algumas semanas, eu dei duas aulas de 45 minutos para uma turma de graduação da University of Texas at Austin. Eu acompanho essa turma como Teaching Assistant (TA) do Professor Dr. Marcelo Paixão, no curso "Afro-entrepreneurship and Solidarity Economy: a global perspective”. Mais um desafio cumprido.
A minha vinda para os Estados Unidos significou, para mim, sair completamente da minha zona de conforto. É óbvio que fazer um doutorado em qualquer lugar do mundo não é confortável para ninguém. Mas estar aqui, digo, a partir da minha experiência pessoal, implica um esforço tremendo para articular todo o meu conhecimento com desenvoltura em uma segunda língua. E isso, para mim, até hoje, é um desafio e também é minha frustração.
Eu sempre fui muito elogiada pela minha habilidade de falar em público e, consequentemente, me sentia confiante para falar dos temas que eu pesquiso. Eu ainda estou trabalhando para desenvolver a mesma confiança que eu tenho na minha língua materna, em inglês. Enfrento o desafio de peito aberto, botando a cara no Sol - mesmo me sentindo insegura em alguns momentos.
Estar nesses contextos desafiadores ensina muitas coisas além da teoria: aprender a ter mais resistência à frustração; lidar melhor com o ego ferido - no meu caso, por causa da dificuldade de me comunicar na segunda língua; admitir para si mesmo quando “está difícil”; se reinventar e descobrir novos “eus”. Eu morro e renasço neste país todos os dias.
As experiências de “morte e renascimento” perante novas experiências são necessárias e podem surgir com a mudança de emprego, de curso, de cidade, transição de carreira ou um novo hobby... O frio na barriga e as incertezas fazem parte dos novos ciclos e é sempre bom ter pessoas à nossa volta que relembrem a gente que o desconforto faz parte das nossas vidas, mas não dura para sempre.
E você? Qual foi o maior desafio profissional ou pessoal que você enfrentou até hoje?
Vagas da Edição
Intercâmbio. Governo abre inscrição para a segunda etapa do programa Caminhos Amefricanos. Desta vez, as vagas são para Colômbia e Cabo Verde. Inscrições até 30 de abril.
Sem Fronteiras. A organização Médico Sem Fronteiras tem duas oportunidades em Portel, no Pará, com vagas para psicóloga e supervisor de farmácia. Os postos são CTL, presencial, de segunda à sexta, das 8h às 17h..
ONU. Agência de Imigração das nações unidas procura por assistente administrativo ( Manaus) com inscrições até 19 de abril e motorista ( Pacaraima) com inscrições até 15 de abril.
Políticas Públicas. A WWF- Brasil tem oportunidade aberta para Pessoa Especialista em Incidência em Políticas Públicas. A vaga é para Brasília. É possível se inscrever até dia 24 de abril.
Comunicação. O Instituto Marielle Franco procura por Coordenador de Comunicação. A contratação é via MEI, com contrato de 18 meses, a remuneração é de R$7.300, trabalho presencial no Rio de Janeiro. Inscrições até 15 de abril.
Economia. A Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro procura por economista com conhecimento em orçamento público. Trabalho presencial. Informações no link.
Afirmativas. O instituto Da COR tem duas oportunidades para talentos negros. Com inscrições até 12 de abril, as vagas são de Pessoa Analista Comercial (Curitiba) Pleno e Gerente Administrativo Financeiro (São Paulo). Mais detalhes no link.
Empregabilidade. Inscrições abertas até 15 de abril para assistente de cadastro no time de empregabilidade do Caritas. A vaga é presencial no Rio de Janeiro.
Para Pensar…
Na semana passada, a Juliana Gonçalves, nossa coordenadora, assinou a coluna do Observatório da Branquitude na Revista Gama. No texto, levanta a questão da apropriação do termo racismo estrutural feita por pessoas brancas para justificar seus atos de racismo.
Repercutindo o texto, o Observatório da Branquitude também publicou um vídeo sobre o assunto, usando o Big Brother Brasil para ilustrar como no programa o racismo é recorrente.